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Mostrando postagens de dezembro, 2008

Perdida?

Com a escolha de três a quatro sílabas por tecla, mais a pontuação e símbolos idiotas numa fileira interminável, digitamos em minúsculos quadradinhos iluminados para construirmos uma frase que faça sentido. Isso feito, nos despedimos e enviamos a mensagem, às vezes carinhosa, outras tantas rancorosa, objetiva, participativa, bem humorada ou estúpida, no intuito de, com o preço mais em conta, nos fazermos comunicar. Depois de irresgatáveis momentos sobre um diminuto aparelho, numa sensação de missão cumprida, vem o misterioso mundo das conexões seguido à irritante não confirmação de recebimento. Para onde vão essas missivas modernas?Aonde vão parar. Ficarão pairando num universo paralelo, confundindo-se com tantas outras? Estarão aprisionadas numa rede invisível, onde o inconsciente coletivo se alimenta, no caos dessa miríade de informações soltas? E mais, se de alguma maneira encontrassem seus destinatários mesmo que tardiamente, teriam impacto, significado? Assim, lançamos incessante

Tempo

Sempre e constantemente, Não é preciso relógio, Para entender o que ele esgota. O que promete, O que desgasta. Ao lado e dentro só urgência, Do momento, que não arrefece. Ou que passe sem dor, e o ritmo continua violento, Pra muito lento ou tão fugaz. As verdades são obsoletas, Absurdas, estúpidas, formas de resistência. De mim, em mim, para mim. Sentido nenhum ou todo. Surpresa explodindo num etéreo minuto, infindável. Finitude do cotidiano concreto. Facilmente estar, fazer e criar, Respostas ao vácuo, ao silêncio. Matizes do preto, E o restante, cabe aonde, pinta o que? E os ponteiros continuam, Exercitando a tolerância, a inesgotável paciência. E o tempo...

A vontade, o desejo, a loucura e a volúpia... A história interrompida, o olhar entrecortado, a palavra não dita... A falta de algo palpável, justificável, claro, Torna-me refém de uma voz que ecoa nos ouvidos Não pare até que acabe, Não esmoreça, nem esfrie. Caldeirão de ilusões que inebria e esgota, Nebulosa fumaça de razões absurdas. Em sua superfície todas as cores se misturaram. Alga boiando à deriva no mar, Buscando uma rocha, um ouriço, um navio para entrelaçar. A imperfeição que flutua brilhando Em seu próprio e frágil movimento ao luar. Minha magia, forca aos sonhos, Minhas frases, tesouras ao escrever, Meus passos, buracos seguindo, Meu coração e minha pele, elásticos adaptam-se à minha alma. Resultado deste fogo que não apaga, Da descoberta do invisível, mas sensível espectro, Do impulso incontrolável e incabível, Da promessa que talvez nunca se concretizará.

Êxtase

Um caminho a trilhar, Sem mapa ou bússola, Sem segurança ou planos, Simplesmente fé. Aprender a alcançar, Conheço a trajetória, Só não consigo enxergar. Em que tempo, De que forma, Em qual direção, O quanto de persistência. Sussurro à espectros, Indagando num silêncio perene, Mas contestam antigas miragens, Os devaneios já conhecidos. Perder para conquistar, Deixar para vir, Desencontrar para finalmente descobrir. Descortinar o enlace, Desmedir o limite, Agravar a tranqüilidade. A verdade que não é incondicional, A dúvida que guardo em mim, O desejo secreto, A porta entreaberta. Eu conheço a crueldade, Mas não sei arrancá-la, Como dar vazão sem ferir. Ânsia por entendimento, Veleidade pelo cálido, Necessidade à receptividade, Que venha o encantamento do já visto, Junto com a desesperança, Saberei que nada é plano, preto ou branco, Dentro sou caleidoscópio. Tenho hoje minha idade, Meus momentos, minha dor, Frustrações, raiva e afetos. Escancaro minhas veias, Tenho o meu como certo indef