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Perdida?

Com a escolha de três a quatro sílabas por tecla, mais a pontuação e símbolos idiotas numa fileira interminável, digitamos em minúsculos quadradinhos iluminados para construirmos uma frase que faça sentido. Isso feito, nos despedimos e enviamos a mensagem, às vezes carinhosa, outras tantas rancorosa, objetiva, participativa, bem humorada ou estúpida, no intuito de, com o preço mais em conta, nos fazermos comunicar. Depois de irresgatáveis momentos sobre um diminuto aparelho, numa sensação de missão cumprida, vem o misterioso mundo das conexões seguido à irritante não confirmação de recebimento.
Para onde vão essas missivas modernas?Aonde vão parar. Ficarão pairando num universo paralelo, confundindo-se com tantas outras? Estarão aprisionadas numa rede invisível, onde o inconsciente coletivo se alimenta, no caos dessa miríade de informações soltas? E mais, se de alguma maneira encontrassem seus destinatários mesmo que tardiamente, teriam impacto, significado?
Assim, lançamos incessantemente ao desconhecido uma série de elementos para análise.
Temeroso, não?

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