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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Lavrador

Reconhecer em cada pedaço de terra um suspiro Sentir a alvorada da fertilidade Fazer daquela plantação sustento Capinar por frutos onde só havia vazio Foram assim sucedendo colheitas A água que desmoronava do céu cinzento Vinha suscitar o melhor do vermelho Lavar a superfície para encontrar o pomo Em mãos e pés ásperos da lida Decorridas vindimas mirradas Tem sentidos calados chão remexido No canto O sopro e o descanso Escondido em barro molhado Havia algo verdadeiramente profícuo A premência enterrou a fome Pois de afoito afã se faz o homem
Voar alto mesmo que com grilhões em meus tornozelos Os que sustentaram tanto peso podem ser leves Deixar que o vento contrário envolva minhas asas As que agitaram tanto insucesso podem propulsar Prostrar humilde o torso endurecido O que tanta angústia pode amortecer Rasgar o silêncio do descaso Aquele que a distância apaziguou Atravessar a gélida melancolia Revelar às ondas do colossal desassossego.