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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Novo

Vamos brincar num outro parque Aquele que a grama cresce perturbada Que tem bancos pichados, terra remexida Que a chuva empoça Que a luz rebate nos troncos das árvores Nos perder na trilha desfeita, nas folhas caídas Tropeçar em frutas podres, beber da água turva Limpar o passeio arrastando os pés na lama Vamos brincar num outro parque?

Engano?

Tudo mais ou menos perto                Quase aqui e lá adiante        Procura desmedida                         Sem chegar descansado          Trazendo e levando                                                                Ouvindo e gritando              Nada captado, nada guardado                                        Discursos e indecisão                                                                                                                               Atitude sem reação Continua a ladainha                                                         Persiste o redemoinho                              Estrada dupla, curva fechada.

Foi um Momento

Foi um momento O em que pousaste Sobre o meu braço, Num movimento Mais de cansaço Que pensamento, A tua mão E a retiraste. Senti ou não ? Não sei. Mas lembro E sinto ainda Qualquer memória Fixa e corpórea Onde pousaste A mão que teve Qualquer sentido Incompreendido. Mas tão de leve!... Tudo isto é nada, Mas numa estrada Como é a vida Há muita coisa Incompreendida... Sei eu se quando A tua mão Senti pousando ‘Sobre o meu braço, E um pouco, um pouco, No coração, Não houve um ritmo Novo no espaço? Como se tu, Sem o querer, Em mim tocasses Para dizer Qualquer mistério, Súbito e etéreo, Que nem soubesses Que tinha ser. Assim a brisa Nos ramos diz Sem o saber Uma imprecisa Coisa feliz. Fernando Pessoa