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A vontade, o desejo, a loucura e a volúpia...
A história interrompida, o olhar entrecortado, a palavra não dita...

A falta de algo palpável, justificável, claro,
Torna-me refém de uma voz que ecoa nos ouvidos
Não pare até que acabe,
Não esmoreça, nem esfrie.

Caldeirão de ilusões que inebria e esgota,
Nebulosa fumaça de razões absurdas.
Em sua superfície todas as cores se misturaram.

Alga boiando à deriva no mar,
Buscando uma rocha, um ouriço, um navio para entrelaçar.
A imperfeição que flutua brilhando
Em seu próprio e frágil movimento ao luar.

Minha magia, forca aos sonhos,
Minhas frases, tesouras ao escrever,
Meus passos, buracos seguindo,
Meu coração e minha pele, elásticos adaptam-se à minha alma.

Resultado deste fogo que não apaga,
Da descoberta do invisível, mas sensível espectro,
Do impulso incontrolável e incabível,
Da promessa que talvez nunca se concretizará.

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