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Enfim

Tocar tocando no topo Desvencilhar desse pano roto Rasgar a ferida Largar frutos secos Figos soltos a esmigalhar Rodar rondando a revolta Andar onde a terra move Pular podres opostos Saltando no ar Preencher enfim o oco Mitigar o que é de direito Realçar o encoberto Revelar  ... consumar E desmerecer.
Brota da onde não vem esperança Volta a beleza em frente ao ferro Dá prisma ao que desaparece no caminho O desalinho do asfalto não sossega sua cor Vem na fragrância do idílico Brinca com o desespero aferido Nada tem com o lugar que se propôs Vida breve ou longa, sem decoro Vai de acordo com seu impulso Força motriz e pureza não se detenha pelo entorno Não esmoreça na cinza Porque nascemos para vingar E nada tem de bom ou mau Simples ou diferente Que nos perca, alucine ou fuja do lugar.

Lavrador

Reconhecer em cada pedaço de terra um suspiro Sentir a alvorada da fertilidade Fazer daquela plantação sustento Capinar por frutos onde só havia vazio Foram assim sucedendo colheitas A água que desmoronava do céu cinzento Vinha suscitar o melhor do vermelho Lavar a superfície para encontrar o pomo Em mãos e pés ásperos da lida Decorridas vindimas mirradas Tem sentidos calados chão remexido No canto O sopro e o descanso Escondido em barro molhado Havia algo verdadeiramente profícuo A premência enterrou a fome Pois de afoito afã se faz o homem
Voar alto mesmo que com grilhões em meus tornozelos Os que sustentaram tanto peso podem ser leves Deixar que o vento contrário envolva minhas asas As que agitaram tanto insucesso podem propulsar Prostrar humilde o torso endurecido O que tanta angústia pode amortecer Rasgar o silêncio do descaso Aquele que a distância apaziguou Atravessar a gélida melancolia Revelar às ondas do colossal desassossego.
Da vida tortuosa esquisita desponta uma fita   De espiralada trajetória Justa à medida surge o vértice da fita À distância agitada e vibrante desejosa por ser escolhida  ali está a fita Enrolando acintosa atenção ao movimento tralha desmedida Alcançando a ilusão largar o seu dia Puxe a ponta e fica.
  The morning will be so real, so perfect, like a dream, the taste of a dream to be remembered by a dreamer woken in another dream. Will she really be there, and will it still be her? What kind of customs and performances will she follow? There will be as many versions of the memory as there are people to remember it. Why will she turn away, and why will she then look us straight in the eye? Ivy will climb up the columns, and atlases will be filled with numbered figures. Nascent shadows will spill across the terraces, and one’s eyes will grow accustomed to the symmetry. Where will the images spring up from? From which layer of consciousness will they emerge? Will anybody remember the riddle of the maze, and will anybody be able to finish the unfinished sentences? Perhaps it will be a Sunday in an odd year in an even century, and it will happen to be the day of the equinox. She will begin her sentences with ‘I’. We will list the names of co...

Desilusão

Impressão de alento a falta no vento descoberta do nada frente ao todo que se rebela Trás do forte a prudência Leva da inocência a mente Pára com o tempo e refaz Fende dentro o que era Vai para a lembrança o registro e lá do alto realiza é brisa.

Percepção

E em silêncio alto Venho escorrendo pelas frestas Mapeando a terra Venho anunciando a apatia Acontece soando surdo Venho esmurrando a porta Apertando e esfolando o que importa Esmigalhando o que vai embora. Denise Machado

Festa

E aí com o bofe escancarado o olhar dilacerado a língua frouxa Rompemos os lares despimos pilares a face louca Brincamos estranhos e ridículos observamos a selva rouca Do lote o reconhecimento o brinquedo atento esse carinho solto.