Não era tarde
Cedo também não era
Embora 'inda não fosse tempo
Não permitindo o relógio geral
...o anacronismo de que são feitas as almas...
Cedo também não era
Embora 'inda não fosse tempo
Não permitindo o relógio geral
...o anacronismo de que são feitas as almas...
partiu-se pois
o que é em nome do que deve ser
Não seja a Lua
Satélite de toda noite
Puro e só
Ciclo inalcansável
Nem seja a Terra
Romântico Saturno
de alianças intocáveis
Não sejam descobertos os mistérios (?)
Não seja a filosofia vã (?)
Sim.
Permita-se a Via Láctea!
E que por ela possa brincar um anjo
Em piruetas e cânticos de amor que
Por hora
Exercitam o "adeus!... olá!"
Oferecido ao astro que o convida a morar
Na amizade de sua luz adversa
Assim repousa o último verso.
Não fosse o relógio
Não fosse o relógio
Que marca o tempo de não ser dois
Não fosse o relógio
Que marca o tempo de não ser há mais tempo
Não fosse o relógio....
Eu te teria
Como tenho agora na minha eternidade imaginária
Eu te beijaria
Como me beijam os infinitos espasmos fugitivos da tua ausência
Eu te amaria...
...Perdidamente...
Eu me perderia das quantidades e direções circulares
Não fosse o relógio
Eu seria perdoada pelas marcas digitais que te habitam
E das que me habitarão
Não fosse o relógio
Poderíamos nos levar a confins do espaço
Houvesse ainda esta regra e medida
Não fosse o relógio
Quem sabe até tu me amarias..
..Então..
E, certamente, poderíamos tomar um instante por eterno
Como tomar por verdadeiro o repouso de uma linha...
Não fosse o maldito relógio
Como pulsa este débil mental no meu cérebro
A querer criar estratégias de fuga contra a tua presença nas minhas veias
A seduzir meu coração numa ilusão infinda
Pior: a uma ilusão infinda
Se... se... se.... se...
Se eu soubesse como seria bom....
Faria tudo de novo
Se... se... se...
Se eu soubesse como seria... bom...
Faria tudo melhor!
Não fosse o relógio
Este poema seria outro
Ao amor não seriam oferecidas palavras advindas da saudade
Não seria a poesia da ausência
E a esta situação
Que a realidade insiste chamar de sonho
Não mais se deveria a árdua tarefa de lapidar os gumes da palavra
Ilusão
Porque a esta música que
Sim, toca!
E portanto ordena o átimo que
Sim, se cante!
Sim, se dance!
Não mais caberia a alcunha de pretérito imperfeito
Mas a isto
Que eu deveria deixar escrito
E entregar-te então sem culpa
Dar-se ía o nome de "Segundo Presente"
Onde provavelmente jamais cogitaríamos rescrever uma linha.
Mas o tempo existe.
Antes
Durante
Depois de nós
Ele existe
Então escreva-se ainda o que se pode ver com o agora:
Não era tarde
Cedo também não era
Embora 'inda não fosse tempo
Era
Mas era de um ser proibido
Então foi dirigido para que tivesse sido
Foi
Esquecido
Apagado
Perfeito
Gramatical
Poesia onde a palavra não cabe
Quase dança
Quase música
(Um) Quase eterno
Semi breve.)))
Alessandra Maestrini
o que é em nome do que deve ser
Não seja a Lua
Satélite de toda noite
Puro e só
Ciclo inalcansável
Nem seja a Terra
Romântico Saturno
de alianças intocáveis
Não sejam descobertos os mistérios (?)
Não seja a filosofia vã (?)
Sim.
Permita-se a Via Láctea!
E que por ela possa brincar um anjo
Em piruetas e cânticos de amor que
Por hora
Exercitam o "adeus!... olá!"
Oferecido ao astro que o convida a morar
Na amizade de sua luz adversa
Assim repousa o último verso.
Não fosse o relógio
Não fosse o relógio
Que marca o tempo de não ser dois
Não fosse o relógio
Que marca o tempo de não ser há mais tempo
Não fosse o relógio....
Eu te teria
Como tenho agora na minha eternidade imaginária
Eu te beijaria
Como me beijam os infinitos espasmos fugitivos da tua ausência
Eu te amaria...
...Perdidamente...
Eu me perderia das quantidades e direções circulares
Não fosse o relógio
Eu seria perdoada pelas marcas digitais que te habitam
E das que me habitarão
Não fosse o relógio
Poderíamos nos levar a confins do espaço
Houvesse ainda esta regra e medida
Não fosse o relógio
Quem sabe até tu me amarias..
..Então..
E, certamente, poderíamos tomar um instante por eterno
Como tomar por verdadeiro o repouso de uma linha...
Não fosse o maldito relógio
Como pulsa este débil mental no meu cérebro
A querer criar estratégias de fuga contra a tua presença nas minhas veias
A seduzir meu coração numa ilusão infinda
Pior: a uma ilusão infinda
Se... se... se.... se...
Se eu soubesse como seria bom....
Faria tudo de novo
Se... se... se...
Se eu soubesse como seria... bom...
Faria tudo melhor!
Não fosse o relógio
Este poema seria outro
Ao amor não seriam oferecidas palavras advindas da saudade
Não seria a poesia da ausência
E a esta situação
Que a realidade insiste chamar de sonho
Não mais se deveria a árdua tarefa de lapidar os gumes da palavra
Ilusão
Porque a esta música que
Sim, toca!
E portanto ordena o átimo que
Sim, se cante!
Sim, se dance!
Não mais caberia a alcunha de pretérito imperfeito
Mas a isto
Que eu deveria deixar escrito
E entregar-te então sem culpa
Dar-se ía o nome de "Segundo Presente"
Onde provavelmente jamais cogitaríamos rescrever uma linha.
Mas o tempo existe.
Antes
Durante
Depois de nós
Ele existe
Então escreva-se ainda o que se pode ver com o agora:
Não era tarde
Cedo também não era
Embora 'inda não fosse tempo
Era
Mas era de um ser proibido
Então foi dirigido para que tivesse sido
Foi
Esquecido
Apagado
Perfeito
Gramatical
Poesia onde a palavra não cabe
Quase dança
Quase música
(Um) Quase eterno
Semi breve.)))
Alessandra Maestrini
Lindo, perfeito, magnifico, esplêndido, sobrenatural, falta-me palavras para descrever a beleza desse poema!!!!
ResponderExcluirAlessandra Mestrini arrasou!
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