Intupiram meu bueiro, jogaram lixo na minha calçada! O causador do mal cheiro nem medo da repreenda teve ao sujar minha passagem. Testemunhas podem descrevê-lo em detalhes. Em sua sordidez não se apressou ao conspurcar meu canto. Lembro-me que havia acabado de desobstruir o acesso, com o trabalho e dedicação de formiga operária na construção de nova morada. Conquistara o fluxo, a limpeza almejada e, de repente, tudo emporcalhado, encalacrado de novo. Agora além de pás, vassoura, me armarei também de vigilância ostensiva. Quero desafiar o próximo porcalhão que virá, visto que é inegável a repetição do ato, a repetir a façanha sob minha mira. Recomeço a livrar de impurezas minha entrada. Na esperança que se mantenha limpa. Senão, a saída será putrida como a que me impuseram desrespeitosamente.
Minhas todas lembranças ou fantasias, já nem sei Meus todos sentidos, direcionados desde que te vi Suas todas gargalhadas ou distrações por aí Seus todos levianos laços, e novamente me perco de ti Apenas imagens, dos ares misturados de desejo e despudor Sonhando despertei brincadeiras infantis com seu calor Sinto mais que nunca o que não aconteceu Contando os passos largos que damos no breu Insiste em não perceber como poderíamos desfrutar Dessa doce e perigosa alegria que é amar Permanece incauto em outras curvas, outros perfumes Construindo tua fortaleza frente à minha avidez Corre como louco, mas corre desarvorado Que aqui por dentro existe o artifício de um caçador Te deixo ir longe e desfrutar do descampado Uma hora ou outra cairás exaurido, desamparado Daí então te alcançarei, confiante e gentil Descobrirás em minha sombra acolhedora, O que atabalhoadamente pela vida buscou e fugiu Parceria, loucura serena, volúpia benfeitora E te direi em sussuros o quan...
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