Pular para o conteúdo principal

Reflexo vaidoso

Dando mesmo muita risada, sem pudores, da minha profunda falta de discernimento, parei em frente ao espelho. Procurando a razão para tamanho descontrole, ali, dentro dos meus olhos, entendi finalmente. Não me levo a sério. E vou mais longe na revelação, não levo a sério muitas outras pessoas, coisas e situações também. Causa da indefinição contínua e dos erros crassos cometidos. Mas não se diz que é preciso levar a vida com humor? Mas não fazer dela uma estúpida piada, não é mesmo? Meu repertório deveria ter-se renovado a algum tempo...ou transformado para uma tragédia emocionante, um épico empolgante, um drama envolvente. Comédia detergente ninguém merece!
Aborrecida com o estabelecido, fugi de minha palpérrima figura com criatividade. Está resolvido, presto serviço aos que me cercam e obviamente a mim com um romance. Não importa se longo ou enxuto, oferecerá mais caminhos e menos desvios, com conflitos reais, surpreendentes reviravoltas e intensa descoberta.
Ainda bem que não cogitei auto-ajuda. Cogitei?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Entre cachorros e pijamas

Sentindo o ventinho frio nos fundilhos da calça de um pijama puído, arrastando as chinelas na preguiça de um domingo flácido, transporto Crisântemo com destino ao alívio de seus intestinos caninos. Por entre as ruas cruzamos com Gagá, a pastora do vizinho Hering, que insiste em latir esganiçada,  com Einstein da velhota Any Any, elegante no porte mas inconveniente em investigar com seu focinho minhas partes pudendas, ou com a basset asssemelhada a um gato gordo e carente da Puket. Temendo por uma investida agressiva, ou acolhendo carinhos de língua, nós, os dirigidos donos, nos cumprimentamos e jogamos a mesma conversinha banal fora, enquanto os bichos se reconhecem pelo faro.  A noite chegara a pouco, e ouvimos o burburinho de animados grupos nos bares, recém chegados do almoço em família. Olhares analíticos deles, vezes para os animais, vezes para nosso descompromisso. Falta pouco para juntar-me àquele chopp e risadas, deixar meu pet descobrir outras plagas e caminhar so...

Enfim

Tocar tocando no topo Desvencilhar desse pano roto Rasgar a ferida Largar frutos secos Figos soltos a esmigalhar Rodar rondando a revolta Andar onde a terra move Pular podres opostos Saltando no ar Preencher enfim o oco Mitigar o que é de direito Realçar o encoberto Revelar  ... consumar E desmerecer.

No cárcere

A libertação se encontra  na ilusão Não se obtém nos grilhões  da realidade Nua, crua e pérfida Traz consigo amarras  do tangível  do cabal A deidade fantástica leva em seu pote  ópio e mirra Curativos para a alma fendida