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No cárcere


A libertação se encontra
 na ilusão
Não se obtém nos grilhões
 da realidade
Nua, crua e pérfida
Traz consigo amarras
 do tangível
 do cabal
A deidade fantástica leva em seu pote
 ópio e mirra
Curativos para a alma fendida






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Não sei quantas almas tenho

"Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu. " Fernando Pessoa

Empoderamento Feminino

Não me venha com esse papinho de igualdade de direitos! Muito menos de deveres! Como acreditar que somos equivalentes quando no meu trabalho, onde investi toda minha juventude estudando e me aprimorando, dedico oito horas por dia, vinte seis dias por mês e meu salário é menor? E que meu cargo, muito embora minha produtividade seja a mesma, seja inferior ao do meu colega de terno? E falando sobre roupas, apresentar-me discreta e sóbria, para não ser a responsável por provocar no outro assédio criminoso? E que ao ser questionada por minha orientação sexual, escolha política ou rotina pessoal, tenha que me provar ponderada, de índole ilibada, ajustada ao padrão social para ser respeitada, ou mesmo para não ser agredida, quando o exemplar masculino é ouvido sem risco de humilhação ou  constrangimento? E que quando em grupo, homens sintam-se à vontade para recostar suas virilhas suadas ou outras partes contra meu corpo, ou descontraidamente dizer o que pensam sobre ele?